terça-feira, 6 de outubro de 2009

'Sex, Drugs and Updating Your Blog'

Vivemos num mundo em que a internet não só nos une, mas tbm "nos" divulga. Hoje um vídeo no youtube pode te transformar em ídolo ou te fazer motivo de risos pelo país (e pq não pelo mundo) todo. Já fazem parte do cenário musical vários artistas que se consagraram através da internet. Forfun, NX Zero, D'Black entre outros são alguns exemplos. Mas essa semana conheci, através do NY Times a história pessoal mais interessante que li recentemente - recomendo a leitura para quem dominar o inglês ou para quem no mínimo conhece o Tradutor Google - foi de um nova-iorquino chamado Jonathan Coulton que decidiu deixar seu emprego de programador de computadores e virar cantor e compositor em tempo integral – bancado pela mulher, claro, já que não tinha nenhum fã – e que fez de um café no Brooklin seu escritório. Montou um Blog e passava o dia no Orkut, MySpace, Facebook etc. convidando pessoas a baixarem suas músicas de graça. Trabalhava mais de 6 horas diárias só na "pescaria" de um público e na interação com ele. No seu Blog ele lançou sua primeira meta: lançar uma música por semana. Algumas com mais produção, outras só voz e violão, mas lançava. E falava sobre o processo e a dificuldade de cumprir seus prazos. Algumas de suas canções tiveram 500.000 downloads! Aos poucos começou a dizer que se alguém quisesse colaborar com qualquer coisa pelas músicas que ele ficaria muito agradecido, já que queria viver disso. Os depósitos em sua conta começaram a pingar e ele passou a divulgar qual era a média das colaborações. Isso fez aumentar gradativamente a generosidade dos fãs. Depois de um certo tempo ele estava recebendo $1,30 em média por canção! O que isso tem de extraordinário? Muita coisa:

1) No I-Tunes as faixas são vendidas a $0,99. Ou seja ele estava ganhando mais – tanto absoluta quanto relativamente pois além de ser mais dinheiro não tem que dar nada para a Apple;
2) Ele, na época da reportagem para o New York Times (2007), estava ganhando entre $3.000,00 e $5.000,00 mensais;
3) Ele quase não faz show, vive das "doações";
4) Sua droga mais forte é a cafeína;
5) Continua trabalhando mais de 6 horas por dia, sem contar com o tempo em que toca e grava.
6) Nem eu nem você nunca ouvimos falar dele antes – nem depois – dessa matéria. Ele só interessa aos seus fãs, o que torna essa história ainda mais genial.

Esse é o tipo de biografia que os novos tempos vão ver com muito mais freqüência. A brincadeira feita no inicio dessa postagem "Sexo, Drogas e atualize seu Blog" é para demonstrar como até slogans tão fortes têm se modificado para se adaptar aos novos tempos. Meios de comunicação como Twitter ou Orkut viraram uma corrida alucinada em "busca de um lugar ao sol". Perfis de bandas ou escritores fazendo merchan ou twittadas na tentativa de ser brilhante ou no mínimo cômico em 140 caracteres são mais que comuns na internet.
Com tanta oferta de tudo a atenção do público fica muito rarefeita e a briga – ainda mais sem as gravadoras para injetar dinheiro e visibilidade – muito mais difícil. E eu estou falando de ser artista e viver disso, não de ser uma estrela. Talvez nosso herói de Nova Iorque nunca passe desse ponto, nunca chegue a ter mais que um carro e uma casa. Mas vai pagar as contas com música e esse já é um sonho muito bom de ver realizado.

PS: Meio sumido esse mês por causa de facul pessoal, mas tudo já está se organizando!

Ouça oq ouço!


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